Atitude ruim é um dos maiores motivos para demissão, dizem especialistas

A business man back having a job interview with two business women and they laughing together .Photo Blaj Gabriel / Shutterstock ORG XMIT: 53616c7465645f5f8d3f5ba9478104f0 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***  

  Na hora de conseguir um primeiro emprego, uma boa atitude pode compensar a falta de experiência, segundo especialistas. Além do esperado entusiasmo com a vaga, é preciso ter uma alta capacidade argumentativa e de manter a calma mesmo em momentos de pressão.

  Fernando Alves, da Rede Cidadã, que prepara jovens para entrar no mercado de trabalho, estima que quase metade das demissões em cargos de entrada sejam causados por questões de comportamento.

  Entre elas, se recusar a fazer uma tarefa comum em funções juniores, alegando que não faz parte do escopo do seu trabalho, ou se indispor com gestores e colegas por discordar de alguma orientação dada.

  "Eles entram pelas competências que trazem, mas o que os coloca para fora são os conflitos que criam nas empresas", diz.

  A vice-presidente de RH do banco Santander, Vanessa Lobato, concorda. "A gente demite muito por comportamento. Todos falhamos em algumas coisas e entendemos isso, mas manter o respeito nas relações é fundamental".

  Segundo Larissa Meiglin, da Catho, o jovem candidato deve estar seguro de que se encaixa no perfil da empresa para evitar possíveis atritos.

  Para Manoela Costa, da recrutadora Page Talent, ter algum tipo de identificação com a empresa é importante. "Não escolha a opção mais perto de casa ou a que paga mais", explica.

  A falta de alinhamento entre as expectativas do profissional e da companhia potencializa a chance de a contratação dar errado.

  Foi o caso de Daniel Pereira, 27, que aos 18 anos teve uma má experiência como auxiliar administrativo em uma transportadora de grande porte em São Paulo.

  "Precisava trabalhar e aceitei. As condições eram muito ruins e fui trocado de unidade. Saía de casa às 4h e chegava às 21h. Quando me queixei, fui desligado", diz.

  A demissão foi determinante para que ele procurasse um curso superior em administração e aulas de inglês, que lhe permitiram escolher vagas melhores.

  Hoje, é estagiário de uma multinacional coreana e diz que não vai perder o sono se não for efetivado. "Já valeu a pena, porque estou sendo muito bem treinado. Minha supervisora é quase uma ´coach´", diz.

Texto e imagem retirados do site Folha de S.Paulo.