Não trabalhe pensando nas férias: esquecer a recompensa aumenta a motivação

Fica neurótico pensando em como alcançar seus objetivos mais rápido? A melhor coisa a fazer pode ser esquecer


  Fica neurótico pensando em como alcançar seus objetivos mais rápido? A melhor coisa a fazer pode ser esquecer
  
  Quando estamos de saco cheio de uma "batalha" -seja fazer hora extra para fechar uma planilha no trabalho ou não faltar na academia para terminar o projeto verão- costumamos pensar na recompensa para aguentar passar por toda a labuta. No caso, os "mantras" usados seriam: "foco nas férias ou foco no bumbum na nuca".

  A ideia parece boa, porém, diferente do que poderíamos imaginar, um estudo matemático publicado na revista PLOS concluiu que esquecer as expectativas sobre a recompensa pode ajudar a nos manter motivados e em um melhor ritmo de trabalho.

  Para entender como esquecer ajuda na busca de um objetivo, Ayaka Kato e Kenji Morita, da Universidade de Tóquio, no Japão, analisaram matematicamente o modelo dos circuitos de recompensa do cérebro. 

  A pesquisa avaliou tanto a resposta de pessoas a uma série de decisões que poderiam levar ao objetivo final, quanto a função da dopamina, o neurotransmissor fundamental para a motivação, foco e produtividade.

  Para mapear os circuitos de recompensa, os cientistas fizeram diversas perguntas para os voluntários sobre como agiriam durante a busca de um objetivo e as respostas podiam ser apenas "faria" ou "não faria".

  Depois de centenas de simulações e análises matemáticas, os pesquisadores comprovaram que para se manter motivado é melhor esquecer o prêmio final. O esquecimento mantém as recompensas, mesmo as pequenas do dia a dia, mais surpreendentes e esse "mistério" ajuda a manter a motivação na busca de objetivos.

  "Nietzsche disse: bem-aventurados são os esquecidos. Nosso estudo computacional mostra que realmente esse pode ser o caso"

Kenji Morita

  
  Antes do estudo, os cientistas conheciam duas funções distintas da dopamina: promover um impulso motivador e representar a diferença entra as expectativas e as recompensas obtidas. A partir dos experimentos, os investigadores concluíram que ambas funções estão relacionadas e que o neurotransmissor está ligado ao sucesso da tese: "esqueça para se manter firme e forte no trabalho".

  As pesquisas futuras da equipe visam explorar como o ambiente e fatores internos (saúde, idade, humor, por exemplo) podem afetar a taxa de esquecimento, e se esta taxa pode ser manipulada para recuperar ou mesmo melhorar a motivação. 



Texto e Imagem retirados do site Uol.